Trecho retirado de A Magia de Hécate - Uma Roda do Ano com a Rainha das Bruxas.
O contexto desse trecho é o ritual de Imbolc, que é um ritual sobre purificação.
Quando declaramos para o Deuses e para nós mesmo alguma coisa e cumprimos nossa palavra, fortalecemos nosso poder pessol e mostramos ao Universo que nossa palavra tem poder. Na magia e no contato com os Deuses, nossa palavra é tudo que temos. Faça esse teste, prometa algo ou fique algum tempo de abstinência e verifique por si mesmo a grande quantidade de poder que seu corpo concentra nesse período..
Obs: Rio Estige
Na Teogonia, Estige é a mais velha das filhas de Oceano e Tétis, uma Oceânida, por conseguinte.
O Rio Estige é um rio que cruza o submundo, por onde Caronte leva as almas. Uma promessa feita em nome do Rio Estige é a promessa mais importante e séria que se pode ter. Nem mesmo Zeus ousou quebrar uma promessa ao Rio Estige (no mito de Semele, ela era amante de Zeus e O fez prometer algo e depois pediu para vê-Lo em Sua Verdadeira Forma. A visão da Forma matou Semele).
domingo, 17 de abril de 2016
Escolhas e responsabilidades
Como diria Sartre, nós estamos condenados a ser livres. Segundo sua linha no Existencialismo, nada é anterior ao homem, nenhum homem vem com um "software instalado de fábrica", por assim dizer, Assim, quem constrói a personalidade e o ser são as escolhas de cada indivíduo. Isso me remete muito aos ensinamentos de Hécate, na Encruzilhada você é livre para escolher o que quiser. Ela não te influencia, não ajuda na escolha. Ela, com Suas Tochas, ilumina o que tem à frente, mas cabe a você ponderar e escolher. Hécate me ensina que você tem a liberdade de fazer inúmeras escolhas, porém, você é responsável por todas elas. Um exemplo banal: você pode comer um doce, mas não pode reclamar se engordar.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Atena, Deusa da Sabedoria e da Guerra
Retirado de Virtuália, o manifesto
+-+Botticelli.jpg)
Atena (Minerva), Deusa da sabedoria,
da idéia civilizadora, da vitória nas guerras e da inteligência das
estratégias, era uma das divindades mais importantes e cultuadas na Grécia
antiga.
Na tradição mais aceita da lenda,
Atena teria nascido do crânio de Zeus (Júpiter), herdando do pai a sabedoria
roubada a Métis (Prudência). O mito de Atena interliga a sabedoria à castidade,
o sexo escraviza o homem, atrai-lhe a paixão, desequilibra-o emocionalmente. A
castidade constrói, alia-se à pureza do corpo e da alma, assim, entre os
gregos, sabedoria e sexo opõem-se, prudência e bom senso aliam-se. Atena
escolhe a virgindade como símbolo da sua sabedoria. Sendo uma das mais belas Deusas do Olimpo, ela não cede aos assédios impetuosos e constantes dos outros Deuses, mantendo-se casta.
Entidade guerreira, é justa nos
campos de batalhas. Enquanto Ares (Marte), faz verter o sangue dos dois lados
da guerra, Atena protege os justos, fazendo tombar os insensatos. Na concepção
grega, os seus soldados são o mais próximos da filosofia da razão estratégica,
os mais justos contra os outros povos beligerantes que os cerceiam, Atena é a
protetora universal dos exércitos helenos. Na guerra de Tróia, manteve-se
corajosamente ao lado dos gregos, enquanto que outras divindades olímpicas
dividiram-se entre gregos e troianos.

Deusa da sabedoria e da arte da
guerra, Atena foi uma das entidades com mais representações na arte, deixando
um legado de obras com temas envolvidos no seu mito, que vão desde o Partenon,
em Atenas, até as famosas esculturas de Fídias. Em Roma, o seu mito foi
assimilado ao de Minerva, não encontrando a mesma importância que adquiriu na
Grécia. Deusa guerreira, traz sempre a lança em punho, às vezes o escudo, e,
elmo divino na cabeça, transbordando o seu garbo sábio e justo.
As Várias Lendas Sobre o Nascimento
da Deusa

O nascimento de Atena possuí várias
versões, dependendo da lenda. Uma versão pouco difundida atribui a paternidade
da Deusa a Poseidon (Netuno), o senhor dos mares. A associação aos dois mitos
explica-se por Atena ter nascido à margem de um lago, precedendo ao relâmpago e
ao raio que trazem a chuva. É a Deusa da luz antes da tempestade, que ilumina o
céu antes de transbordar as suas nuvens, assim com Poseidon domina os mares e
os seus maremotos. É a Deusa do orvalho, elemento úmido que protege a agricultura
contra o frio seco da noite. Os elementos úmidos da Deusa dão a aproximação ao Deus dos mares.
Noutra vertente da lenda, seria filha
do gigante Palas, filho de Gaia (Terra). O mito de Atena e de Palas fundem-se
não só como filha e pai, mas em um confronto entre a força e a manutenção da
pureza casta. Palas teria tentado violar a Deusa, que obstinada em manter o
corpo intacto, matou-o e, ao esfolar a sua pele, fez dela o aigis,
ou manto da virgindade. Além do manto, a Deusa passa a demarcar a sua vitória
sobre o gigante, usando o nome de Palas Atenas. Era através deste nome que
seria invocada por todos os gregos quando lhe pediam a proteção para as suas
cidades.
A tradição mais corrente do mito é a
do seu nascimento através da cabeça de Zeus, o senhor dos Deuses. Após vencer a
guerra contra os Titãs e os
Gigantes, Zeus tornou-se o senhor dos Deuses e dos homens, tomando como primeira esposa Métis, a Prudência. Quando a Deusa esperava o primeiro filho, Zeus soube através do oráculo de Gaia que
nasceria uma filha. O oráculo profetizou ainda, que da segunda
gestação
nasceria um filho, que destronaria o pai. Preocupado, Zeus decidiu engolir a
esposa. A seguir tomou a sua irmã Hera (Juno) como esposa. Pouco depois, ao
encerrar o tempo de gestação da mulher engolida, Zeus, ao passear às margens do
lago Tritônis, foi surpreendido por uma dor insuportável na cabeça, como se
fosse espetado por uma lança. As pontadas tornavam-se cada vez mais fortes
dentro da cabeça do imortal, fazendo o poderoso Deus dos trovões emitir um
grito que ecoou pelos céus e pela terra. Outros gritos de dor saltaram da boca
desesperada do senhor dos Deuses. Ao ouvir os gritos de Zeus, todos os Deuses
do Olimpo correram em seu socorro. Hermes (Mercúrio), o mensageiro dos Deuses,
ao ver a aflição de Zeus, saiu em busca de Hefestos (Vulcano), o ferreiro
divino. O Deus dos vulcões e do ferro, ao ver a cabeça do pai vibrando, como se
dela quisesse sair algo muito grande, golpeou-a com um machado de ouro.
Da ferida aberta por Hefestos surgiu uma mulher belíssima, empunhando o
escudo e a lança, nos quais materializava o raio que iluminava a altura etérea
e divina; vestia uma reluzente armadura, representando os meteoros e os
fenômenos luminosos da natureza; e, ainda, o elmo de ouro na cabeça,
reluzindo-lhe a proteção da inteligência diante das batalhas nas guerras.
Naquele momento, o céu relampejou, o lago explodiu em ondas. Zeus ficou radiante
com a beleza da filha surgida do seu crânio. Nascia a Deusa da sabedoria e da
guerra estratégica.


A Criação da Oliveira
Ao ser associado à sabedoria, o mito
de Atena contrasta com a sua função guerreira. Na visão grega, havia duas vertentes
em uma guerra: a batalha, que representava a luta corporal, o sangue vertido, a
utilização da força; e, a estratégia ou arte bélica, que define a vitória. Ares
é o responsável pela batalha, pela força nela empregada, pelo massacre sem
propósito. Atena é a Deusa da arte bélica, da inteligência das estratégias, dos
ideais elevados da luta, da vitória justa e racional diante do inimigo. É a Deusa defensora perpétua dos gregos.

Também foi a Deusa que ofereceu aos
gregos a oliveira, ensinando-os a extrair da planta o fruto para o alimento e o
óleo, utilizado na cozinha, na higiene corporal e na iluminação das casas e dos
templos. Atena ensinou o homem a estocar o azeite e a azeitona durante o
inverno, e a arte de vendê-lo aos outros povos. É atribuída a ela a confecção
dos potes de barro, para o armazenamento dos alimentos. É a Deusa dos oleiros,
ensinando-os a guardar o óleo.
A associação de Atena com a oliveira
remete à fundação da cidade que levaria o seu nome. Segundo a lenda, Cécrope ao
fundar uma cidade na região da Ática, convocou os imortais do Olimpo para uma
disputa, na qual o vencedor seria o protetor da cidade. Toda cidade grega tinha
uma entidade como protetora, sendo a ela atribuída as funções de protegê-la nas
guerras, nos temporais, nas colheitas dos alimentos e nos momentos de
tribulações públicas. Poseidon e Atena foram os Deuses que aceitaram o desafio
proposto por Cécrope. Fizeram uma disputa acirrada, levando o povo da nova
terra a ficar dividido em escolher um dos dois.

Na prova final, Cécrope pediu aos Deuses que criassem alguma coisa útil para a cidade. Poseidon bateu o tridente
no chão, fazendo jorrar na Acrópole uma fonte de água salgada, além de um
esplêndido cavalo. Atena feriu a terra com a sua lança, fazendo dela brotar uma
árvore repleta de pequenos frutos. A Deusa ofereceu um ramo com os frutos a
Cécrope, comovendo o soberano. Diante do povo, chamou a árvore de oliveira,
ensinou como extrair o seu óleo e preparar o fruto como alimento. A cidade
entendeu que a oliveira era mais importante para a cidade. Atena foi aclamada a
protetora do lugar, que passou a ser chamado de Atenas, em homenagem a Deusa e
ao presente que se lhe oferecera aos seus habitantes. Desde então, tornar-se-ia
a principal divindade da cidade de Atenas, influenciando o seu culto por toda a
Grécia.
As Invenções Civilizadoras de Atena

Várias foram as atribuições
civilizadoras legadas a Atena. Teria sido a Deusa quem ensinara às mulheres
gregas as técnicas de fiar, tecer e bordar. Atena era uma exímia tecelã,
tecendo os mais belos bordados do Olimpo. A lenda que conta a história de
Aracne reflete os dons da Deusa. A mortal Aracne era filha de um modesto
tintureiro de Cólofon. Tinha o dom de tecer os mais belos bordados de todos os
mortais. Seu talento atraia todos os olhos, homens de toda a Grécia vinham ver
e comprar os seus trabalhos. As Ninfas deixavam os bosques para admirar a
beleza mágica dos mantos bordados pela mortal.
Sabedora do seu talento, Aracne
proclamou-se a maior tecelã e bordadeira do mundo, dizendo-se superior à
própria Deusa Atena. A falta de modéstia da mortal irritou a Deusa, que
desafiada, aceitou tecer uma magnífica tapeçaria. Atena bordou os doze imortais
do Olimpo, trazendo nas bordas do tecido, cenas em que os Deuses puniam a
irreverência dos mortais. Aracne bordou em sua tapeçaria os amores proibidos
dos Imortais pelos humanos, as traições e as vinganças. Ao fim da composição,
não se sabia dizer qual a mais bela tecelagem. Aracne olhava para a sua obra,
deslumbrada com a sua perfeição de mortal. Irritada com a falta de modéstia,
Atena pegou a obra feita pela jovem, amarrotando-a e a rasgando. Ainda furiosa,
feriu a jovem mortal com a agulha. Sentindo-se humilhada, a fiandeira tentou
suicidar-se. Atena não permitiu que morresse, transformando-a em um pequeno
animal que recebeu o seu nome, a aranha (aracne, em grego). Condenou-a tecer
para sempre nas alturas, uma delicada teia que os ventos rasgam facilmente.
A lenda de Aracne, segundo
historiadores, traduzia a rivalidade existente entre os atenienses e um povo
originário da ilha de Creta, onde florescia uma crescente indústria têxtil
primitiva.
Atena presenteara aos seus devotos
outro significativo invento, o leme, para evitar que os barcos fossem à deriva
das ondas e das correntes, não se perdendo pelas águas.
Para embelezar a vida dos humanos,
Atena inventou a flauta, de onde a beleza da música era extraída. Uma lenda
conta que ao apresentar o seu invento às Deusas Hera e Afrodite (Vênus), foi
motivo de riso, porque ao soprar o instrumento, as suas bochechas inchavam,
deformando a sua beleza. Irritada, Atena arremessou a flauta do alto do Olimpo,
amaldiçoando-a. O sátiro Mársias encontrou o instrumento musical, arrebatando para
si a maldição. Mársias desafiou o Deus Apolo com o seu instrumento. Ao ser
vencido, foi esfolado vivo pelo Deus da Luz
As Festas em Homenagem à Atena

Na cidade de Atenas, da qual era
protetora, a população celebrava em sua homenagem as Panatenéias, festas
tradicionais, onde eram realizados torneios de música e poesia, lutas e
corridas. Durante as festas, as mulheres iam em procissão até a Acrópole,
levando um grande manto tecido pelas melhores tecelãs e fiandeiras da cidade;
os jovens montavam fogosos cavalos; e, os mais velhos, traziam ramos de
oliveiras para ofertar à Deusa.

Acrópole. Uma gralha branca assisitiu ao infortúnio das filhas de Cécrope, indo relatar a tragédia a Atena, que se encontrava no meio de uma batalha. No calor da luta, Atena revoltou-se, tingindo de negro as penas da ave, proibindo que as gralhas voltassem às proximidades de Atenas. A lenda evidencia a importância que o mito de Atena dá ao culto da castidade, preservada mesmo diante do assédio dos Deuses.
Atena e Afrodite eram homenageadas
simultaneamente durante as Arreforias, pelas jovens mulheres de Atenas. Durante
a festa, as virgens prestavam homenagens à Deusa casta, seguindo depois com
oferendas à Deusa do Amor. Traduzida como festa do orvalho, unia o elemento
feminino que revelava a vida da jovem mulher, ainda casta como Atena, mas
pronta para ser iniciada nas malhas da proteção de Afrodite, a Deusa do amor.
As Asquiforias, ao contrário das
Arreforias, eram celebradas pelos rapazes, homenageando Atena e Dioniso (Baco).
Eram realizadas quando as uvas começavam a amadurecer. Os rapazes levavam do
templo do Deus do vinho, ramos de videira ao santuário de Atena.
Havia ainda outras duas festas em
homenagem à Deusa da sabedoria, as Plintarias, que davam início às colheitas da
primavera; e, as Esquiroforias, onde os participantes usavam guarda-sóis,
simbolizando a proteção, assim como o orvalho, que protegia a lavoura contra a
seca.
Representações de Atena nas Artes

Fídias representou a Deusa sem armas,
com expressão doce e graciosa, na estátua Atena Lemnia. Outra estátua atribuída
ao famoso artista grego era a enorme Atena Promachos, que trazia a expressão
bélica e altiva da Deusa.
Outra representação famosa do mito,
já com o seu nome na mitologia romana, é a renascentista têmpera sobre tela, “Minerva
e o Centauro”, de Sandro Botticelli. A lenda de Aracne produziu grandes
pinturas, como a de René Houasse.
As primeiras estátuas de Atena eram
chamadas de paládios, onde se dizia, eram feitas com pedras caídas do céu.
Outras representações do mito podem ser encontradas em objetos de cerâmica e
potes de barro.
Minerva, a Deusa da Vitória Romana
Em Roma, o mito de Atena foi
identificado com o de Minerva. Os romanos veneravam a Deusa como protetora da
oliveira, médica, divindade da vitória, inspiradora dos políticos e dos poetas.
Minerva recebia o culto de diversos
poetas romanos, que se reuniam alegando receber inspiração da Deusa. Grandes
políticos prestavam cultos à Deusa, como o imperador Augusto (63 a.C. – 14
d.C.), que lhe erigiu um templo na entrada da Cúria Júlia, onde era reunido o
senado. Para os políticos romanos, a Deusa inspirava sabedoria e bons conselhos
aos senadores.

Com o tempo, Minerva foi uma das Deusas que mais perdeu as características romanas, assimilando por completo os
traços helenísticos da Deusa Atena. Nas artes, os artistas latinos limitaram-se
a buscar inspiração nas lendas da Deusa grega. Em Roma, Minerva jamais
conseguiu a importância de Marte, outro Deus bélico, que foi assimilado ao Ares
grego. Ao contrário da civilização grega, que contrapunha a sabedoria e a
estratégia bélica de Atena à destruição sanguinária e sem sentido do cruel
Ares.
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