domingo, 12 de fevereiro de 2017

Hinos a Afrodite

Retirado de RHB

Hino de Safo a Afrodite

De flóreo manto furta-cor, ó Imortal Afrodite,
Filha de Zeus, tecelã de ardis, suplico-te:
não me domes com angústias e náuseas,
veneranda, o coração,
mas para cá vem, se já outrora -
a minha voz ouvindo de longe - me
atendeste, e de teu Pai deixando a casa,
de áurea a carruagem atrelando vieste. 
E belos, te conduziram,
velozes pardais, em torno da terra negra -
rápidas asas turbilhoando céu abaixo e
pelo meio do éter.
De pronto chegaram. E tu, ó Venturosa,
sorrindo em tua imortal face,
indagaste por que de novo sofro e por que
de novo te invoco,
e o que mais quero que me aconteça em meu desvairado coração: 
"Quem de novo devo persuadir
ao teu amor? Quem, ó
Safo, te maltrata?
Pois se ela foge, logo perseguirá;
e se presentes não aceita, em troca os dará;
e se não ama, logo amará,
mesmo que não queira."
Vem até mim também agora, e liberta-me dos duros pesares, e tudo o que cumprir meu coração deseja, cumpre; e tu mesma,
sê minha aliada de lutas.
(tradução do grego por Giuliana Ragusa)

Clique aqui para ver o vídeo do hino em grego, cantado pela Álex, com melodia de Melissa G.
Clique aqui para a mp3 do hino em grego clique aqui para a mp3 do hino em português.


Hino Órfico 54 - A Afrodite
Celeste (Urânia), ilustre Rainha de risada amorosa, nascida do mar, amante da noite, de um modo terrível; astuciosa, de quem a necessidade (Anankê) primeiro veio, Senhora produtora e noturna, Dama que a todos conecta. Teu é este mundo para se unir com harmonia, pois todas as coisas brotam de ti, ó poder divino. Os triplos Destinos (Moiras) são regidos por teu decreto, e todas as produções se rendem semelhantemente a ti, o que quer que os céus circundem e contenham, toda a produção dos frutos da terra, e do alto-mar tempestuoso, a ti o balanço confessa e obedece a teu aceno. O atendente terrível do brumal Deus (Baco), Deusa do Casamento, charmosa à visão, Mãe dos Amores (Erotes), que se delicia em banquete. Fonte de Persuasão (Peitho), secreta, Rainha Favorável, ilustremente nascida, aparente e não-vista. Esposa, lupercal, e inclinada a homens prolíficos, a mais desejada, doadora de vida, gentil. A grande Portadora do Cetro dos Deuses, a quem os mortais em necessidade tendem a se juntar; e toda tribo de monstros selvagens horrendos em correntes mágicas amarras, através do desejo insano. Venha, Nascida em Chipre, e incline-se à minha prece, se exaltada nos céus tu brilhas, ou satisfeita com o templo na Síria que presides, ou sobre as planícies egípcias teu carro guias, enfeitada de ouro; e perto dessa enchente sagrada e fértil, conhecida por fixar teu domicílio santificado. Ou se rejubilando nos litorais cerúleos, próxima a onde o mar com seus rugidos espumantes ondula, os coros de mortais circundam tuas delícias, ou as belas ninfas, com olhos de brilhante azul cerúleo, satisfeita com os bancos pardos reconhecidos de velhos, para dirigir teu rápido carro dourado de duas parelhas. Ou se em Chipre com tua linda Mãe, onde as mulheres casadas te louvam a cada ano, e as belas virgens se unem ao coro, o puro Adônis canta tua Divindade. Venha, Toda Atrativa, para a minha prece inclinada, a ti eu chamo, com mente sagrada e reverente.



Hino Homérico X - A Afrodite
À da Citéria, nascida em Chipre, eu cantarei. Ela dá gentis presentes aos homens. Sorrisos sempre estão em seu amável rosto, e amável é o brilho que se apresenta sobre ele. Eu te saúdo, ó Deusa, Rainha da bem-formada de Salamis e da cinta marinha de Chipre; agracio-lhe com uma canção de júbilo. E então me lembrarei de ti e de outra canção também.

Hino Homérico VI - A Afrodite
Canto à Afrodite imponente, bela e coroada de ouro, cujo domínio são as cidades cercadas por todo o mar de Chipre. Lá o hálito úmido do vento oeste a fez flutuar sobre as ondas do mar, que geme alto em suave espuma, e lá as Horas de fios dourados deram-lhe alegremente as boas-vindas. Elas a vestiram com trajes celestes, em sua cabeça colocaram uma coroa bem tecida de ouro, e em suas orelhas furadas elas penduraram ornamentos de oricalco e ouro precioso. E adornaram-na com colares dourados sobre seu suave pescoço e seus seios brancos como a neve, jóias de filetes dourados, as quais as Horas usavam elas mesmas sempre que iam à casa do Pai se unirem às danças amáveis dos Deuses. E, quando elas a tinham plenamente enfeitado, elas a trouxeram até os Deuses, que a saudaram em boas-vindas quando a viram, dando-lhe as mãos. Cada um deles pediu para levá-la para casa e torná-la sua esposa, de tão grandemente deslumbrados com a beleza da Citéria, de coroa violeta.
Saúdo-te, Deusa docemente premiada, de olhos modestos. Conceda, e que eu possa ganhar, a vitória nesta competição e que possa dirigir a ti a minha canção. E agora eu me lembrarei de ti e outra canção também.
(traduções de Alexandra)

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Hino Órfico a Tyche

Hino Órfico a Tyche LXXI

Se aproxime, Fortuna (Tyche), com mente propícia e rica em abundância, e esteja inclinada à minha prece.
Plácida e gentil Trívia, com poderoso nome, Diana Imperial, nascida de Plutão (Eubouleos), muito afamada.
Inconquistável pela humanidade, as preces sem fim são suas, sepulcral, poderoso poder divino e abrangente.
Em ti, nossa vida mortal é encontrada, e alguns, por ti, abundam com muitas riquezas.
Enquanto outros lamentam, tua mão aversa à abençoar, com amargura e angústia.
Esteja presente, Deusa, nessa prece, e dê a abundância, com mente benigna!

Retirado de Theoi e traduzido por mim.

Hinos a Agathos Daimon

Retirado de RHB

"Agathos Daimon, tu sentas no canto de meu lar, na sombra fria da minha despensa, como escapaste do calor insuportável do impiedoso sol do Egito.

Tua presença é uma bênção, trazendo promessas de segurança e crescimento.
Tu não te importas com os hinos de longas folhas, plenos de louvores vãos, com os templos imponentes de estátuas douradas e com os sacerdotes que queimam custosos incensos em seu altar.
Tu estás bastante contente com a tigela humilde de leite que verto a ti, a cada manhã, e com os bolos de mel deixados em teu canto sagrado na Lua Nova.
Na maioria das vezes, tu desejas um lugar silencioso para dormir e ser deixado sozinho, enquanto cuidas de teus negócios serpentinos.
E por isso és generoso além da medida, mantendo meu lar seguro, minha família saudável, e meus armários bem abastecidos.
Não é de se surpreender que os homens te chamem de bom espírito, pois quem mais entre os Abençoados Imortais é mais gentil com os mortais do que tu?"

(do Sannion, traduzido por Alexandra Nikaios)

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Agathos Daimon, Serpentino Espírito alojado em minha despensa, a quem ofereço parte do que como e a quem verto libações após o início da Lua Nova.
Companheiro constante, que me guarda a alma por todo o meu dia, és generoso com meu lar e com minha família, e abasteces onde guardo meus haveres.
Porque és 'agathos', porque és bom, e refletes a bondade em que devo espelhar minha vida, conceda-me a continuidade de nossa amizade e mantém a prosperidade em meu lar.
Que não nos falte alimento, físico e espiritual, e que eu sempre tenha o que compartilhar contigo e com os meus.
Aquece nosso estômago e nosso coração, e, junto a Héstia, promova a união de nossa família em torno da mesa.
E que tenhamos saúde e disposição para andarmos sempre junto a ti.

(Alexandra Nikaios)

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"Dê-me toda a graça, toda a realização, porque tu é aquele que traz o bem, o espírito bom, que está ao lado de Tyche. Dê, pois, meios e realizações a esta casa, tu que dominas a esperança. Aion rico, sagrado e bom Daimon, traga a realização e incline-se a mim com todas as graças e expressões divinas. "
- PGM IV. 3125-71 (tomado de Themis, p. 296, atribuído a Esquilo).

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Obs: Hino ao daimon, não necessariamente ao Agathos Daimon.

Hino Órfico ao Daimon - LXXII

Com fumigação de incenso.
Tu, temido e poderoso governante, eu invoco, gentil Jove (Zeus), que traz a vida, e que é a fonte de tudo.
Grande Jove (Zeus), errante, terrível e forte, a quem vingança e torturas pertencem.
A humanidade, de ti, de muita riqueza abunda, quando em tuas moradas se encontra alegre, ou passa a vida aflita e angustiada, pois os meios necessários de bem-aventurança são concedidos por ti.
É teu é somente o suporte e a força ilimitada, para manter as chaves da tristeza e do deleite.
Ó divino, bendito pai, ouve a minha oração, dispersa as sementes de cuidados da vida.
Com a mente favorável, os ritos sagrados atenda, e conceda, a meus dias, um glorioso e um abençoado fim.

Retirado de Theoi

Hinário

O site RHB tem um hinário muito bom, com escritos diversos e confiáveis de hinos antigos e modernos aos Deuses.

Segue o link: https://sites.google.com/site/helenismo/Home/hinario

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Hinos a Atena

Retirado de RHB

Hino Órfico a Atena
Palas Atena, Salvadora das Cidades, começo a cantar,
Deusa temível, que com Ares concerne os trabalhos de guerra, os saques às cidades, o reboar da guerra e dos combates;
Também salva as tropas que partem e que retornam;
Salve, Deusa, dê-nos sorte e felicidade.

Hino Homérico XXVIII - A Atena
Eu canto a Palas Atena, a gloriosa Deusa, de Olhos Brilhantes, inventiva, de coração inexorável, virgem pura, salvadora das cidades, corajosa, tritogênia.
O sábio Zeus deu-lhe a luz, por Ele mesmo,
de sua temível cabeça, adornada em armamento bélico de ouro reluzente,
e o terror tomou conta de todos os Deuses assim que a fitaram.
Mas Atena surgiu rapidamente da cabeça imortal e se pôs diante de Zeus que Segura a Égide, agitando uma lança afiada.
O grande Olimpo começou a vacilar de horror, ao poder da Deusa de Olhos Brilhantes,
E a terra girou em volta dos medrosos chorosos, e o mar se moveu e se agitou com ondas escuras, enquanto a espuma se rompia repentinamente.
O brilhante Filho de Hipérion parou seus ligeiros cavalos por um longo instante,
até a donzela Palas Atena despir-se da pesada armadura sobre seus ombros imortais.
E o sábio Zeus estava contente.
E então saúdo a ti, Filha de Zeus que Segura a Égide!
Agora eu me lembrarei de ti e de outra canção também

Hino Homérico XI - A Atena (2ª versão)
Eu te saúdo, Atena, alfa e ômega dos homens,
Tu te sentas no augusto trono da Sabedoria;
Mais que punições, às ações humanas,
tu dás glórias e bençãos, como a Graça
que brilha nas tuas asas douradas.
Longa felicidade anuncia teu destino.
Tu encontraste o bom caminho, entre os infortúnios, tua luz varreu as trevas, Deusa da Graça.

Hino a Atena, de Orfeu
A Palas, com um incenso de ervas aromáticas:
Única nascida do Pai, nobre raça de Zeus, abençoada e feroz,
Que se alegra em andar pelas cavernas;
Ó Palas, guerreira, cuja ilustre gentileza inefável encontramos, magnânima e célebre;
O ápice rochoso, os bosques e montanhas sombrias se regozijam;
Com as Erínias atormentas os exércitos exultantes e selvagens,
E as almas dos mortais tu inspiras.
Virgem atlética, de mente terrível, abençoada e gentil,
Mãe das Artes, impetuosa, compreensível,
Ira para os malvados, sabedoria para os bondosos;
Fêmea e macho, as artes da guerra são tuas, ó Deusa,
Sobre os gigantes de Flegran demonstraste tua ira,
Tuas maldições dirigiste e com destruição os aterrorizaste;
Espirrada da cabeça de Zeus, de esplêndido aspecto,
Expurgadora de males, Rainha Toda-Vitoriosa.
Escuta-me, ó Deusa, quando a ti eu oro,
Com voz suplicante, tanto de noite quanto de dia,
E na minha última hora, dê-me paz e saúde,
Tempos propícios, e a prosperidade necessária;
E que todo o meu presente seja dedicado para a cura;
Ó, implorada, Mãe da Arte, Donzela dos Olhos Azuis

Hino a Atena, de Proclus
 Filha de Zeus Portador da Égide, Divina,
 Propícia a tuas preces votivas, te inclinas,
 Da fronte do Grande Pai supremamente brilhante,
 Saltaste para a luz como um fogo ressoante.
 Deusa que Porta o Escudo, ouça, a quem desfrutar
 De uma mente valorosa e com poder de o forte domar!
 Ó, surgida de um poder sem par, com alegre mente,
 Aceita este hino; gentil e benevolente!
 Por tuas mãos, os portões sagrados da Sabedoria
 São amplamente abertos; e a ousada companhia
 De Gigantes Ctônicos, que em ímpia batalha armados
 Luta com teus parentes, por teu poder foram derrotados.
 Uma vez, por teu cuidado, como cantam poetas sagrados,
 O coração de Baco, rei rapidamente assassinado,
 Foi salvo no éter, quando, com um feroz fogo,
 Os Titãs contra sua vida conspiraram logo;
 E com incansável ira e sede por sangue coagulado,
 Suas mãos e membros em pedaços foram destroçados.
 Mas, sempre atenta à vontade de teu Pai,
 Teu poder o preservou de a doença lhe abater,
 Até dos secretos conselhos de seu Pai Zeus,
 E nascer de Sêmele através do fogo dos céus,
 O Grande Dionísio ao mundo apresentado
 Novamente apareceu com ânimo renovado.
 Uma vez, também, teu machado de guerra, em inigualável hora,
 Sacou de seus pescoços selvagens as cabeças fora
 De furiosas bestas, e assim ficaram as pestes destruídas
 As quais há muito deixavam a onividente Hécate aborrecida.
 Por ti o poder do Grande Zeus se ergueu
 Para guarnecer os mortais com um deleite seu.
 E toda a largura da vida e as várias extensões dela dominas,
 Cada parte para embelezar com tuas artes divinas.
 Revigorados, portanto, por ti, encontramos
 Um demiurgo impulso na mente que levamos.
 Torres altamente erguidas, e fortes para proteção,
 A ti, temível deidade guardiã, pertencem então,
 Como símbolos próprios da altura exaltada,
 Estas séries entre os Pátios de Luz são clamadas.
 Terras amadas por ti são dispostas a aprender,
 E Atenas, ó Atena, é tua a reaver!
 Grande Deusa, ouça e, na minha mente escurecida,
 Verta tua luz pura em ilimitada medida;
 Tua sagrada luz, ó Toda-Protetora Rainha,
 Que irradia o eterno de tua face serena.
 Minha alma, enquanto vagueia pela terra, inspiras,
 Com o abençoado fogo de tua própria e impulsiva pira;
 E a teus relatos, místicos e divinos, dê
 Todos os poderes com sagrada luz resplandecer.
 Dê amor, sabedoria e um poder de amar de fato,
 Com incessante inclinação aos reinos do alto;
 Assim como, inconsciente do controle da base terrena,
 Gentilmente atrai a alma que o vício domina;
 Da região escura da noite, ajude-a a se retirar,
 E, mais uma vez, conquiste o palácio de seu lar.
 E, se em mim vier alguns infortúnios causticantes,
 Remova a aflição, e abençoa esse teu suplicante.
 Deusa Que Tudo Salva, às minhas preces te inclines!
 Nem deixai essas hórridas punições serem minhas
 As quais culpadas almas no Tártaro confinam,
 Com grilhões atados a seus solos infernais,
 E presos pelas enormes portas de ferro nos umbrais.
 Ouça-me, e salva (pois o poder é todo teu aqui)
 Esta alma desejosa de pertencer somente a ti.
(tradução e rimas de Alexandra a partir do inglês de Thomas Taylor)

OBS:
Aqui há alguns hinos modernos
Aqui tem o Hino ao Banho de Palas (Atena)