"Agathos Daimon, tu sentas no canto de meu lar, na sombra fria da minha despensa, como escapaste do calor insuportável do impiedoso sol do Egito.
Tua presença é uma bênção, trazendo promessas de segurança e crescimento.
Tu não te importas com os hinos de longas folhas, plenos de louvores vãos, com os templos imponentes de estátuas douradas e com os sacerdotes que queimam custosos incensos em seu altar.
Tu estás bastante contente com a tigela humilde de leite que verto a ti, a cada manhã, e com os bolos de mel deixados em teu canto sagrado na Lua Nova.
Na maioria das vezes, tu desejas um lugar silencioso para dormir e ser deixado sozinho, enquanto cuidas de teus negócios serpentinos.
E por isso és generoso além da medida, mantendo meu lar seguro, minha família saudável, e meus armários bem abastecidos.
Não é de se surpreender que os homens te chamem de bom espírito, pois quem mais entre os Abençoados Imortais é mais gentil com os mortais do que tu?"
(do Sannion, traduzido por Alexandra Nikaios)
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Agathos Daimon, Serpentino Espírito alojado em minha despensa, a quem ofereço parte do que como e a quem verto libações após o início da Lua Nova.
Companheiro constante, que me guarda a alma por todo o meu dia, és generoso com meu lar e com minha família, e abasteces onde guardo meus haveres.
Porque és 'agathos', porque és bom, e refletes a bondade em que devo espelhar minha vida, conceda-me a continuidade de nossa amizade e mantém a prosperidade em meu lar.
Que não nos falte alimento, físico e espiritual, e que eu sempre tenha o que compartilhar contigo e com os meus.
Aquece nosso estômago e nosso coração, e, junto a Héstia, promova a união de nossa família em torno da mesa.
E que tenhamos saúde e disposição para andarmos sempre junto a ti.
(Alexandra Nikaios)
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- PGM IV. 3125-71 (tomado de Themis, p. 296, atribuído a Esquilo).
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Obs: Hino ao daimon, não necessariamente ao Agathos Daimon.
Hino Órfico ao Daimon - LXXII
Com fumigação de incenso.
Tu, temido e poderoso governante, eu invoco, gentil Jove (Zeus), que traz a vida, e que é a fonte de tudo.
Grande Jove (Zeus), errante, terrível e forte, a quem vingança e torturas pertencem.
A humanidade, de ti, de muita riqueza abunda, quando em tuas moradas se encontra alegre, ou passa a vida aflita e angustiada, pois os meios necessários de bem-aventurança são concedidos por ti.
É teu é somente o suporte e a força ilimitada, para manter as chaves da tristeza e do deleite.
Ó divino, bendito pai, ouve a minha oração, dispersa as sementes de cuidados da vida.
Com a mente favorável, os ritos sagrados atenda, e conceda, a meus dias, um glorioso e um abençoado fim.
Retirado de Theoi
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