quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O grande "pecado" helênico

Nossa religião pagã não apresenta tantos dogmas quanto as religiões monoteístas, porém há certos princípios inegáveis. O mais importante, e que é provado de todas as maneiras do Universo é: você colhe aquilo que você planta (e por ser uma religião rural e ligada aos ciclos da natureza isso é parte importante). Ou mais conhecida, para os céticos, a 3° lei de Newton (ação e reação), provada pela ciência. Nisso reside a justiça e no equilíbrio reinante do Universo. Porém, a justiça não é sempre certa, os Deuses às vezes não são justos (Eles não precisam ser nada), ou às vezes a terra não está fértil para crescer em frutos as sementes de bondade.

Entretanto, a postagem é sobre o grande "pecado" pagão, o Húbris. No bom português, Húbris é arrogância, orgulho e uma noção exagerada de si mesmo, principalmente diante dos Deuses. Muita das vezes que os Deuses, nos mitos, se enfurecem com os humanos é porque os eles se comparam e se julgam melhor que os Deuses, um exemplo clássico é o de Aracne. Mas como visto na questão da vaidade, no post anterior relacionado à Atena, o Húbris além de causar a ira dos Deuses com as comparações, ele cega e não permite o autoconhecimento, sendo o passo inicial para a derrota.

Assim como se gabar de seu poder ou de seus resultados mágicos é o primeiro passo para perdê-los, o Húbris é aquilo que mais faz os Deuses pararem de abençoar alguém. Isso serve para qualquer Deus, mas observo muito em Atena e Tyche. Em soma a isso, tem-se Nêmesis, que é a Deusa que redistribui, isto é, gera equidade entre os seres. Entretanto, quando alguém é abençoado com sorte, por Tyche, ele se sobressai nessa equidade. Quando tal pessoa tem Húbris (arrogância diante dos Deuses), ele "perde" a graça entre os Deuses e está sujeito a perder a sorte também, a ser equalizado por Nêmesis. Nêmesis é o espírito da retribuição divina à aqueles que sucumbem ao Húbris, Ela é inescapável.

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